Um dos maiores sonhos de todos os fotógrafos (além de equipamentos mais baratos) é ter a iluminação ideal sempre que for fazer uma foto. Isso é algo praticamente impossível, já que na maior parte do tempo, a iluminação é mais baixa do que o necessário e não se anda o tempo inteiro com um conjunto completo de luzes e rebatedores.
Muitas pessoas utilizam o flash nessas situações, para compensar a falta de luz ambiente. Em alguns casos, não existe problema nenhum em se utilizar flash, porém, existem muitas ocasiões nas quais isso realmente não é indicado. Teatros e museus, por exemplo, proíbem o uso desse artifício, e a luz costuma ser bastante precária. O que fazer nesses casos?
Em teatros e museus é preciso ter alternativas ao flash para que a foto não trema (Fonte da imagem: Ana Nemes)
Existem diversos recursos que o fotógrafo pode utilizar, dependendo das circunstâncias e da quantidade de luz existente no local. Apoio, ISO e lentes são algumas das opções, porém antes de saber como se beneficiar desses artifícios, é preciso entender por que utilizar o flash é, muitas vezes, uma escolha errada.
Quando o flash é um problema
Fora o uso em teatros e museus, que é realmente proibido, existe casos nos quais fotografar com flash pode deixar a foto mais escura, ou pode tirar a atmosfera que se pretendia dar ao retrato. Por exemplo, uma fotografia noturna de um local com neblina, sem flash, fica com um ar misterioso, mas com o flash, é apenas uma imagem noturna. Em retratos com vários elementos, o flash pode "chapar" o modelo na frente, escondendo o fundo.
Em retratos, o flash pode tirar a atmosfera que o fotógrafo quer passar para a imagem (Fonte da imagem: Ana Nemes)
Outro problema são as imagens de paisagem. Utilizar o flash à noite em um ambiente muito grande, ou para fotografar uma paisagem, não é a melhor das ideias. O flash só é bom para os casos em que o objeto principal está em primeiro plano e o fundo não importa, pois ele vai iluminar tudo o que estiver em primeiro plano e isso fará com que o fundo não apareça. Logo, uma foto de paisagem noturna ficará escura se o flash for utilizado.
Parece contraditório isso, mas é só pensar que o alcance do flash, principalmente dos que são embutidos na câmera, é muito curto. Quando a câmera bate uma foto com flash, os controles de velocidade e abertura são definidos para um ambiente com muita luz, já que, teoricamente, o flash dá conta de iluminar tudo.
Portanto, o que não é iluminado pelo flash (geralmente isso acontece com o que está ao fundo) fica realmente mais escuro do que se a foto fosse feita sem flash, já que, dessa forma, os controles estariam ajustados para captar mais luz.
Como tirar fotos nítidas com pouca iluminação
O problema de não se utilizar o flash é o risco de tremer a imagem, já que o tempo de exposição é maior. Como já foi dito anteriormente, a velocidade mínima do obturador para que a fotografia fique nítida é aproximadamente 1/30 de segundo, e muitas vezes é preciso baixar esse valor ainda mais. Existem algumas opções para contornar isso, e nós veremos três delas: apoio, ISO e lentes.
Utilize um apoio firme
A primeira alternativa que se deve pensar ao fotografar algo com pouca luz é o apoio. Isso não quer dizer que você precisa de um tripé ou monopé, já que é possível utilizar qualquer superfície plana que seja firme. Em alguns casos, como lightpainting e outros tipos de fotografia de longa exposição, o apoio de um tripé, monopé ou superfície é o único recurso que o fotografo possui para que a foto fique nítida.
Em lightpaintings, o apoio é essencial (Fonte da imagem: Ana Nemes)
Em outras ocasiões, porém, o apoio não precisa ser algo externo. Existe uma maneira de segurar a câmera que dificulta que ela trema. Em vez de esticar os braços para segurar a câmera, procure deixá-los bem rentes ao corpo, com os cotovelos apoiados na cintura. Abra levemente as pernas, pois isso realmente ajuda no equilíbrio. Se você puder se apoiar em uma parede ou muro, melhor ainda. Essa técnica pode não ser infalível, mas ajuda muito!
Configure o ISO
Como nós falamos neste artigo, o ISO é uma ferramenta que serve para configurar a sensibilidade do sensor à luz. Quanto maior o seu valor, mais luz o sensor pode captar em menos tempo. Isso quer dizer que em ambientes mais escuros, se você utilizar um ISO maior, pode diminuir o tempo de disparo.
Para retratos, ajuste o ISO para que o modelo não precise ficar estático durante tanto tempo que ele acabe se mexendo (Fonte da imagem: Ana Nemes)
Então você pode estar se perguntando por que as pessoas simplesmente não utilizam o maior ISO sempre, já que ele tem resultados bastante expressivos nessa diminuição do tempo. O problema é que, para o sensor ficar mais sensível à absorção de luz, ele precisa abrir mão da sua qualidade máxima. Isto é, quanto maior o ISO, menor a qualidade da foto.
Essa qualidade nada tem a ver com o número de megapixels ou com o tamanho da fotografia. O ISO afeta o detalhamento da imagem e quanto maior o seu valor, mais pontos granulados irão aparecer na foto. Isso é bem perceptível nas áreas mais escuras, que ficam cheias de pontinhos, chamados de “grãos”. Veja a diferença nas imagens a seguir:
Com o aumento do ISO, a imagem perde o detalhamento e apresenta granulação (Fonte da imagem: Ana Nemes)
É possível posteriormente diminuir esse ruído causado pelo ISO muito alto, porém, ele não vai sumir completamente. Para que o ISO seja usado efetivamente, então, é preciso pesar e ver se vale a pena perder um pouco de qualidade. Normalmente, definindo o valor para esse parâmetro em 400 ou 800 é o suficiente para que a qualidade não seja totalmente comprometida e a foto não fique tremida.
As câmeras mais modernas possuem muito menos discrepância de qualidade para os diferentes valores de ISO, portanto você pode utilizar essa configuração sem peso na consciência. Sempre teste a sua câmera antes, no entanto, para não se decepcionar com o resultado posteriormente.
Utilize uma lente “clara”
Essa denominação é um pouco controversa, já que, essencialmente, ela está errada. Não existe uma lente “clara” ou “escura”, porém acostumou-se a falar dessa forma. Na realidade, o equipamento “claro” não é nada mais do que uma lente cujo diafragma possui uma maior abertura.
A abertura do diafragma é o que define uma lente "clara" e
uma lente "escura" (Fonte da imagem: Mohylek)
Como nós já vimos anteriormente, quanto mais aberto o diafragma estiver, mais luz passa por ele em menos tempo, e a velocidade de disparo pode ser maior. O problema é que as lentes normais de uma câmera não permitem uma abertura muito grande, o que limita o ajuste do diafragma. Isso é medido em números F, e quanto menor o número, maior é a abertura máxima possível.
Portanto, uma lente f/1.8 é bem mais “clara” do que uma lente f/3.5, já que a sua abertura máxima é maior. Um conjunto 18-55mm, aquele que normalmente vem com as câmeras dSLR, tem a abertura variando entre f/3.5 e f/5.6 (quanto maior a aproximação, menor a abertura máxima, por isso a variação), e não é, portanto, considerado como uma lente clara.
O problema é que quanto maior for a abertura máxima, muito maior será o preço. Uma lente 18-55mm f/3.5-5.6 da Nikkor (fabricante das lentes da Nikon) custa aproximadamente 500 reais, se estiver nova. Já uma lente 17-55mm f/2.8, da mesma marca, custa em média 4.500 reais. Esse aumento considerável leva os fotógrafos a, muitas vezes, desanimarem de comprar um equipamento mais “claro”.
Lentes são equipamentos caros, porém o investimento pode valer a pena (Fonte da imagem: divulgação/Nikon)
É preciso pesar, no entanto, se isso não pode ser um bom investimento futuro. A agilidade que uma lente mais “clara” proporciona pode permitir que o fotógrafo consiga trabalhos melhores, compensando o valor pago.
Para usuários de câmeras compactas, a troca de lentes é inviável, porém em alguns modelos, ainda é possível ajustar a abertura do diafragma. Em situações com pouca luz, utilize essa configuração manual para tentar ganhar em velocidade. Se necessário, use a compensação de exposição como um suporte adicional.
fonte tecmundo.com
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