Flash: uma luz sobre o assunto

 




[caption id="attachment_44" align="aligncenter" width="468" caption="TECH PHOTUS"][/caption]

Nas colunas sobre velocidade e aberturaruído na imagem, deve ter ficado clara (sem trocadilho) a importância de capturar luz suficiente para se obter uma boa foto. Nas duas ocasiões, referi-me a situações de baixa luminosidade como particularmente desafiadoras, mas não mencionei a forma mais óbvia de contornar o problema: usando flash.

Não o fiz porque ia contra o propósito daquelas colunas, mas devo reconhecer que não sou lá muito fã de flash – principalmente do que vem embutido na maioria das câmeras digitais. Mesmo assim, existem situações em que não há outro jeito e, com um pouquinho de técnica, dá para melhorar bastante o resultado. Mais ainda: em alguns casos, quando a iluminação natural é demais, o flash pode ser indispensável – e raramente a câmera vai se dar conta disso no modo automático.

Cinco modos de flash

Ícone de redutor de olhos vermelhosComecemos pelo básico: todas as câmeras com flash embutido costumam ter, pelo menos, cinco modos de configurá-lo: automático, redutor de olhos vermelhos, ligado, desligado e slow sync. No já citado automático, a câmera decide, de acordo com a quantidade de luz do ambiente, se precisa usar o flash ou não. No redutor de olhos vermelhos, identificado pelo olhinho aqui ao lado, o flash pisca uma ou mais vezes antes da foto pra valer, a fim de contrair nossas pupilas para tentar reduzir o reflexo que produz o efeito macabro.

Ícone do flash ligadoNo modo ligado, geralmente representado por um raio com uma seta na ponta, o flash será usado sempre, independente da luminosidade. Isso é utilíssimo para a tal situação de luz excessiva (e no lugar errado): quem já tentou tirar foto de uma pessoa em contra-luz sem esse recurso deve ter registrado, no máximo, uma bela silhueta. Ao calcular a exposição do quadro inteiro, a câmera concluiu que não precisava do flash, deixando a cara do fotografado no escuro. E a do fotógrafo, no chão. Quase sempre, basta ligar o flash “na marra” para resolver o problema. E você ainda pode impressionar os amigos dizendo que está usando o fill flashpara preencher as sombras da imagem.

Ícone de flash desligadoNo modo desligado, indicado pelo mesmo raio com ponta de seta, só que dentro de um círculo com o sinal de proibido, o flash não dispara nunca – mesmo que a câmera julgue necessário. Como eu já disse que não gosto de flash, este é meu modo favorito. É útil para ter certeza de que não se vai chamar a atenção ou violar as regras de um museu inadvertidamente, mas também para forçar câmeras sem controle de velocidade a usarem uma exposição mais longa (tomando cuidado para não tremer e limitando o ISO a um valor baixo).

Ícone do modo slow syncO quinto modo, o tal de slow sync, é aquele costumeiramente indicado pela silhueta de uma pessoa emoldurada por um céu estrelado. Nas câmeras mais modernas, cheias de modos de cena especializados, pode receber também o nome de night portrait (retrato noturno) ou coisa parecida. Sua função, evidentemente, é tirar fotos com flash sem deixar de registrar o fundo escuro. Na prática, o que ele faz é usar o flash para iluminar as pessoas em primeiro plano, mas combiná-lo a uma exposição longa para capturar mais luz ambiente.

Além de tornar mais visíveis objetos e paisagens fora do alcance do flash, este recurso ajuda a preservar as cores naturais do cenário. Só não esqueça que, por conta da exposição longa, a estabilidade da câmera é quase tão importante quanto nas fotos sem flash. Dependendo do caso, vale pedir aos fotografados que não se mexam imediatamente após o disparo do flash, pois o obturador da câmera ainda estará aberto. E se você for do tipo criativo, ainda pode se divertir com o slow sync fazendo movimentos deliberados com a câmera assim que o flash disparar, para capturar todo o tipo de efeito de luz. Experimente!

A verdade está lá fora

Já quem tem a felicidade de contar com uma câmera com encaixe para flash externo – todas asreflex e muitas prosumer – deve tratar de adquirir um assim que possível. Com eles, além de ganharmos autonomia de bateria e agilidade entre os disparos, as possibilidades de uso aumentam bastante. Como se não bastasse, flashes externos ainda causam bem menos olhos vermelhos, pois a distancia entre o flash e a lente é um dos fatores mais decisivos para a ocorrência do fenômeno.

Flash com difusor OmniBounce

Quando for escolher um flash externo, faça questão de um modelo capaz de virar a cabeça para cima (tilt) e, se possível, para os lados (swivel), como o da imagem ao lado. Isso vai lhe permitir rebater (bounce) a luz no teto ou nas paredes, obtendo uma iluminação muito mais natural e com sombras mais suaves do que com o flash direto. Se der para comprar um acessório como o omni-bounce, um difusor que espalha a luz do flash mesmo quando não há teto onde rebatê-la, melhor ainda. Se não der, um papel branco preso ao flash com um elástico também quebra um galho.

Muitos flashes externos contam ainda com um sistema de ilumiação especial para ajudar a câmera a focalizar no escuro. Sabe aquela luzinha que algumas câmeras acendem quando se está focalizando? Pois os flashes mais completos têm uma versão vitaminada delas – em alguns casos, chegam a projetar uma grade de luz vermelha que permite focar até no breu total. Desde que a câmera em questão seja capaz de tirar proveito do recurso, o que nem sempre acontece.

Por falar nisso, outra coisa importante é ficar atento à força do flash. Se o modelo usado for 100% compatível com a câmera, ela deverá ser capaz de controlar a intensidade da luz para não “estourar” as fotos. Já se você optar por um modelo genérico, que os fabricantes das câmeras raramente recomendam, alegando que podem até queimar a câmera, tem grandes chances de precisar configurar seu funcionamento manualmente – o que é mais uma coisa para dar errado. Por conta disso, eu prefiro gastar um pouco mais e comprar o flash da mesma marca da câmera ou, no mínimo, um que seja reconhecidamente compatível. É um investimento razoável, mas vale a pena

 

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