[caption id="attachment_44" align="aligncenter" width="468" caption="TECH PHOTUS"]

Um dos problemas mais comuns nas fotos do dia-a-dia são imagens com aparência de pouca nitidez – as famosas fotos “fora de foco”. Só que, embora muitas vezes a culpa seja mesmo do foco (uma questão que abordaremos em uma futura coluna), nas digitais atuais é bem mais provável que a imagem esteja é tremida. Afinal, os sistemas de foco automático andam cada vez melhores, enquanto os usuários de câmeras compactas tendem a balançá-las cada vez mais. Junte a isso a proliferação de lentes com zooms que atingem distâncias focais obscenas e o resultado é uma enxurrada de fotos borradas (quanto maior a distância focal, maior o efeito da mais leve tremida).
Por conta disso, nos últimos anos um recurso originalmente encontrado apenas em algumas lentes profissionais ou em binóculos de preço mais ampliado que a imagem que proporcionam começou a ganhar espaço nas câmeras digitais amadoras. Estou me referindo à estabilização de imagem, uma função frequentemente indicada pela abreviatura IS (de Image Stabilization) ou VR (de Vibration Reduction) e que agora já é tão comum que praticamente não há motivo para não contar com ela.
É bom ficar atento, entretanto, à existência de vários tipos de estabilização. Alguns fabricantes tentam enrolar o consumidor desavisado com sistemas de estabilização “eletrônica” ou “digital”, que geralmente se valem de um aumento da sensibilidade da câmera (o que, como já vimos, provoca ruído) para capturar mais luz e, assim, poder usar uma velocidade maior. Com velocidade maior,conforme também já comentamos, é mais fácil “congelar” uma imagem em movimento – seja por que o objeto em si está se deslocando, seja porque a mão do fotografo não está lá muito estável.
Mas, assim como acontece com o zoom, os únicos sistemas de estabilização que prestam são os óticos – que fabricantes como a Panasonic fazem questão de identificar pela sigla OIS (de Optical Image Stabilization). Neles, algum componente da câmera, que pode ser uma parte da lente ou o próprio sensor, é fisicamente deslocado para compensar a tremedeira do fotografo, movendo-se no sentido oposto ao da tremida.
Onde está o seu estabilizador?
Numa câmera compacta, tanto faz se a estabilização está na lente ou no sensor. Já numa câmera com lente intercambiável (as reflex, ou SLR, e as mais recentes EVIL, mencionadas na coluna sobre tipos de câmera), isso faz uma bela diferença. Ter uma lente estabilizada, a abordagem usada por fabricantes mais tradicionais como Canon e Nikon, significa que cada uma de suas objetivas deverá ser equipada com o recurso, o que não sai barato. Por outro lado, quando a estabilização está no sensor (e, portanto, embutida no corpo da câmera), qualquer lente que for usada se beneficiará do sistema.
Enquanto nas tais câmeras com estabilizadores eletrônicos o discutível benefício é obtido graças a um aumento da velocidade do obturador, nas estabilizadas oticamente a vantagem é poder reduzir a velocidade. Em outras palavras, o sistema permite que fotos tiradas em velocidades menores fiquem tão nítidas quanto se o tivessem sido com exposições mais longas. Com isso, ganha-se luminosidade ou a possibilidade de usar aberturas menores, que aumentam a profundidade de campo.
Os números são questionáveis e podem variar muito de uma câmera ou lente para outra, mas os fabricantes costumam alardear um ganho entre dois e quatro stops de velocidade. Ou seja, em circunstâncias que normalmente só nos permitiriam fotografar à mão livre em velocidade de 1/60, o estabilizador viabiliza fotos entre 1/15 e ¼. Vale lembrar, no entanto, que o estabilizador só corrige o movimento da câmera… se a idéia for fotografar seus filhos correndo em um ambiente pouco iluminado, não há estabilizador que resolva.
Na verdade, se a idéia for registrar uma imagem estática em situações de pouca luminosidade, o melhor mesmo é recorrer ao bom e velho tripé. E nem precisa ser um daqueles profissionais de fibra de carbono que custam mais do que a câmera. Um modelo portátil, para ser usado em cima da mesa, ou um mais moderninho, como o GorillaPod, que se adapta a qualquer situação, estão entre os melhores investimentos que se pode fazer para expandir nossas possibilidades fotográficas evitando tremidas.
0 comentários:
Postar um comentário
USE ESSE ESPAÇO COM RESPEITO E RESPONSABILIDADE PARA DIVULGAR SUA OPINIÃO!