Você já ouviu falar em histograma? Este tipo de gráfico, usado para representar a distribuição de dados em uma escala, é uma das ferramentas mais úteis na fotografia digital. Para muitos fotógrafos, ele praticamente substituiu o bom e velho fotômetro, tornando-se a forma preferida de avaliar a luminosidade de uma cena e das eventuais fotos nela capturadas.
Todas as câmeras reflex digitais e boa parte das compactas mais avançadas têm a opção de exibir o histograma da imagem tanto enquanto se está compondo a foto, quanto depois, ao visualizá-la. O caminho para ativar o histograma depende da marca e modelo da câmera, mas você pode experimentar apertar algumas vezes o botão de ajuste do display para ver se ele aparece ou procurar a opção no menu do modo de visualização de imagens.
Se a sua câmera não conta com este recurso, também é possível ver o histograma das fotos no computador, já que qualquer programa de gerenciamento ou manipulação de imagens é capaz de exibir esses gráficos. As imagens que ilustram esta coluna foram capturadas no Photoshop, mas até o Picasa, gratuito, tem histogramas. Não será tão útil quanto ver os gráficos enquanto fotografa, mas ajuda a entender o que pode ter dado errado.
Como já deve ter dado para notar nos exemplos, alguns programas permitem consultar separadamente o histograma de cada um dos canais RGB (vermelho, verde e azul, na sigla em inglês). Eu, particularmente, não acho isso tão útil quanto o histograma de luminosidade “básico”, mas a lógica é a mesma.
O que significa o histograma?
Um histograma de imagem típico é composto por até 256 colunas dispostas lado-a-lado. Cada uma dessas colunas representa um nível de luminosidade, desde o preto absoluto até o branco absoluto. Para criar o gráfico, a câmera ou o programa classifica, de acordo com a luminosidade, todos os pixels que compõem a imagem e os distribui ao longo das 256 colunas, criando uma espécie de curva. Na prática, o que nós vemos é o contorno dessa curva, e não as colunas individuais.
O histograma de uma imagem muito escura, portanto, terá colunas mais altas na lateral esquerda do que na direita. Em fotos claras, é o lado direito do gráfico que ficará mais cheio. Em ambos os casos, se os valores mais extremos (preto ou branco absolutos) estiverem muito acima do resto do gráfico, a foto muito provavelmente estará, respectivamente, subexposta ou superexposta.
Neste caso, detalhes devem ter sido irremediavelmente perdidos nas sombras ou nas áreas claras – o que se costuma chamar de shadow e highlight clipping. A principal utilidade do histograma é justamente evitar essa perda de detalhes, mostrando ao fotógrafo que é preciso corrigir alguma coisa na exposição para a distribuição de luminosidade ficar mais centralizada no gráfico.
Vale destacar que fotos com o histograma mais concentrado em um lado do que no outro podem ser perfeitamente aceitáveis, se isso corresponder à cena que se está fotografando. No exemplo ao lado, a maior parte da imagem é clara porque a foto foi tirada na neve, e não porque tenha sido superexposta. O que se deve evitar é o corte em alguma das extremidades. Não por acaso, câmeras avançadas podem exibir as áreas superexpostas, ou “estouradas”, piscando, para alertar quanto ao problema.
Também pode acontecer de o histograma mostrar os valores concentrados no meio do gráfico, mas com boa parte das extremidades “zerada”. Em geral, isso representa uma imagem com pouco contraste. Por outro lado, se o gráfico parecer cortado em ambas as pontas, o contraste foi excessivo para a latitude de exposição da câmera – as digitais típicas são capazes de capturar uma variação de 5 stops, os ajustes do diafragma que mencionamos ao explicar os conceitos de abertura e velocidade. Mas isto é assunto para uma próxima coluna.
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